Sabe aquela foto nas mãos de Gilberto Gil na capa do disco Tropicália, de 1968? É um retrato do poeta, escritor, jornalista e médico José Carlos Capinan, que receberá o título de doutor honoris causa da UFBA. A solenidade ocorre na sexta-feira,13 de setembro, às 17h, no Salão Nobre da Reitoria.
Nascido em 1941, Capinan é um dos expoentes da Tropicália, movimento artístico dos anos 1960 e 1970 que transformou o panorama cultural brasileiro. Inúmeras parcerias com músicos o tornariam um dos grandes compositores da música nacional. O reconhecimento artístico teve início em 1967 quando a canção Ponteio, composta com Edu Lobo, ganhou o prêmio Sabiá de Ouro no III Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record.
A lista de canções com suas letras é extensa e inesquecível: inclui, por exemplo, Miserere Nobis (com Gilberto Gil, abrindo o disco Tropicália), Papel Machê (com João Bosco), Moça Bonita (com Geraldo Azevedo), Soy Loco por ti América (com Caetano Veloso), Coração Imprudente (com Paulinho da Viola), Vuelve mi Luz (com Sueli Costa) e Yáyá Massemba (com Roberto Mendes, parceiro mais recente).
A obra do poeta José Carlos Capinam começa antes da música. Ele é autor de diversos livros, recentemente reunidos na antologia “Cancioneiro Geral (1962-2023), lançada no primeiro semestre deste ano. Também escreveu para teatro a peça Bumba Meu Boi (1963), musicada por Tom Zé. Para além das letras, Capinam foi diretor da TV Educativa da Bahia (1985), secretário municipal de cultura de Camaçari, BA (1986) e secretário estadual de cultura da Bahia (1987-1989). Atualmente preside o Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira.
