A Universidade Federal da Bahia, ainda em choque, como toda a sociedade brasileira, com o violento incêndio que rapidamente destruiu na noite desse domingo, 2 de setembro, grande parte do acervo de 200 anos do Museu Nacional – o 5º do mundo, com mais de 20 milhões de peças – e consumiu componentes do valioso monumento arquitetônico que o abriga, reitera sua visão de que é o escasso cuidado com a preservação da memória nacional, de longa data, um dos elementos centrais num sinistro de tamanha repercussão para a história e a cultura brasileiras.
A UFBA entende, em segundo lugar, que os seguidos e profundos cortes de verbas públicas para a educação, a cultura e a ciência em nosso país, a par de uma disseminada insensibilidade na esfera privada para o suporte de grandes equipamentos culturais, indispensáveis à construção e manutenção de um estágio civilizatório digno das conquistas acumuladas pela humanidade até nosso século XXI, constituem o segundo fator para o incêndio do Museu Nacional.
Ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o grande museu da Quinta da Boa Vista é, na verdade, patrimônio nacional, a exigir hoje imediatas providências e o concurso de múltiplos órgãos do estado e da sociedade civil para sua recuperação, sabendo embora que estamos diante de uma perda, de fato, irreparável. Em paralelo, o incêndio clama pela elaboração de políticas de respeito à preservação da memória do país, de manutenção de suas universidades públicas e de tantos outros equipamentos voltados à educação, à cultura e à ciência.